18 de setembro de 2011

Duas pintas a menos

e mais duas cicatrizes.
Quando eu era criança, cresci em uma cidade pequena, chamada Mariana, que fica em Minas, e morava em um povoado menor ainda, que ficava entre Mariana e Ouro Preto, se chamava Passagem de Mariana.

Passagem de Mariana era pequeno de tudo, mas tinha uma igreja barroca (a vá!), tinha uma locadora de fita cassete, tinha um mercadinho, uma oficina mecânica e um ponto de ônibus. Eu morava em uma casa muito antiga, que pertencia a igreja, e meus pais alugavam, era a casa Rua do Neto, nº301. Tinha um quintal que dava o tamanho de quarterão, plantamos trigo na parte dos fundos uns dois anos, tinha uma mangueira imensa, um pinheiro, um abacateiro, vários pés de pitangas, jaboticaba e goiaba... Teve uma horta durante um tempo, mas tinha muita pedra na terra e as cenouras nasciam tortas... Mas além disso tudo tinham muitos carrapatos, e eu sempre tinha que passar pela inspeção antes do banho. Mas na minha barriga, no lado esquerdo eu tinha uma pintinha grandinha, que sempre achavam que era carrapato, e eu tinha que chorar e falar que não era carrapato, que era minha pintinha...

Uns 15 dias atrás percebi que outra pinta tinha crescido muito na minha barriga, fiquei assustada e fui no médico. No dia seguinte eu tinha perdido as duas, meu carrapatinho e a pinta suspeita... Agora meus pontos coçam, e não sei se vou voltar a ser eu sem minha pintinha pseudo-carrapato...

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