17 de agosto de 2011

A felicidade como obrigacao

Tomei uma decisão polêmica, e então depois de tomada a decisão, a muito custo e lágrima, comecei a colher os frutos da decisão, e as pessoas a me perguntar?
-Você esta feliz agora?
Pode parece uma perguntar inocente, uma pergunta carinhosa, mas a mim me parecia uma pergunta com ares de  obrigação sabe, uma pergunta julgadora e intimidadora. Que representava que não haveria acolhimento se depois de tal decisão eu não fosse feliz, pois afinal a decisão foi polémica, foi toda minha e agora eu deveria arcar com as consequências e fazer o favor de ser feliz para compensar o absurdo da minha atitude.
 Eu confesso que me sentia muito oprimida por esta pergunta, "será que estou feliz?". Eu nunca sabia ao certo como reagir diante da imposicáo da felicidade feita a mim. Fiquei chateada com isto, sem saber como lidar com a pergunta, ate que ela foi sumindo com o passar do tempo... E foi trocada então por constatacoes, começaram a me falar como eu parecia mais feliz, como a minha nova situação se encaixava muito melhor com a minha personalidade, como eu brilhava e vários outros comentários desta forma. E só nesta semana eu recebi alguns destes comentários, e fiquei surpresa, vieram de pessoas que pareciam demonstrar alegria pela minha alegria o que me deixou bem alegre =) 
E tudo isto surgiu na minha cabeça, na verdade varias coisas melhoram depois da tal decisão polêmica, mas eu tive momentos tristes sim, cheguei a desprezar minha decisão (sou humana, me desculpem). Mas a vida è assim, ninguém deve viver oprimido pela obrigação de ser feliz. E na verdade esta opressão não é só para pessoas como eu, que tomam decisoes polemicas, mas esta ai nos comerciais, nos blogs que lemos, no facebook, nos filmes e nos nossos discursos, eu mesma já falei este discurso varias vezes sem perceber o quanto isto não é verdadeiro e muito menos deve ser o alvo de uma existência. E acaba sendo mais uma forma de oprimir as pessoas.

nos séculos 17 e 18, um grande número de pessoas haviam sido apresentadas, pela primeira vez, à noção de que teriam o poder de obter, concretizar sua felicidade na terra a partir de suas próprias iniciativas. felicidade deixou de estar ligada à Deus ou aos deuses, ao destino, à sorte ou ao empenho superior de alguns. Isso foi uma libertação. Foi libertador saber que não era mais necessário sofrer as conseqüências dos pecados de nossos ancestrais no  Jardim do Éden. E que não havia problema em sentir prazer, usufruir do corpo e do sexo, e era possível fazer dinheiro e empreender as circunstâncias da própria vida. Mas ainda que tudo isso tenha sido uma libertação, a idéia de que afelicidade passou a ser responsabilidade de cada um trouxe também uma obrigação. E se você não for feliz? Isso significa que você falhou? Esse é o paradoxo da crença nafelicidade. De um lado, há uma liberdade, mas ela cria um novo tipo de ansiedade. Chamo isso de a infelicidade de não ser feliz. Sofremos muito com isso hoje em dia.” Darrin McMahon achei aqui

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