17 de março de 2012

Saída reflexiva em um sábado de manhã

Pensando a cidade nas aulas estes dias. Lendo coisas aqui e ali, vendo fotos... Mas na verdade durante a semana me sinto em um ambiente mais bucólico do que citadino. Moro em um bairro um pouco afastado, residencial praticamente, e vou para a aula na minha faculdade toda arborizada... As vezes me sinto um tanto ilhada da cidade, sinto falta de elementos mais urbanos para fotografar e pensar. Mas hoje fui pela manhã ao centro da cidade. Levei minha máquina antiguinha, uma kodak easy share C330, meu action sampler, uma lista de coisas para comprar e a vontade de ver as pessoas :)

Pois bem, fui de ônibus, é assim que me locomovo pelo mundo, além de andar. Antes andava de bicicleta também, mas roubaram a minha e ainda não me recuperei para ter outra. No ônibus já presenciei uma cena que me levou a pensar em como é complexo tudo isto de cidade, por causa das pessoas (como sempre). Ao chegar em um farol, o ônibus parou e a Emdec fechou o cruzamento para um grupo de pessoas de bicicleta e a pé passarem, um grupo grande, que não sei o que fazia, não parecia bem uma passeata, mas estavam ali, obrigando os carros a ficarem mais tempo do que o normal parados no semáforo. Pronto, o motorista começou a reclamar muito, falou que aquilo era coisa de quem não tinha o que fazer, como podia a emdec fechar o cruzamento, e agora iriamos demorar 2 horas para sair dali, porque eles não avisaram? tem gente que trabalha no sábado... A cobradora também se juntou a ele, reclamou que nenhum motorista buzinou, que tínhamos que reclamar, que era um absurdo, falou que aquilo alí não ia dar em nada, daria mais saúde? Educação? 

Ficamos parados 5 minutos esperando eles passarem, eles só iam para uma fazenda que tinha ali perto. Ninguém falou mais nada. Mas eu fiquei indignada dentro de mim, fiquei com vontade de falar que não fazia sentido tudo aquilo que eles falaram, mas me calei, sabia que eu estava motivada por um orgulho, e que eles provavelmente não mudariam de ideia... 

Mas tudo isto foi me levando a perceber a complexidade dos interesses, das opiniões e das visões da  e sobre a cidade.

Prossegui a vida, e então chego em uma praça bem no centro e tem crianças jogando bola alí no meio, felizes, ocupando uma pracinha perto da prefeitura, de ruas movimentadas, mas se divertindo, sendo crianças no meio da cidade. Aquilo me encantou, e percebi que há um grande caminho pela frente para compreender melhor a cidade. Sem grandes conclusões por ora, mas fica registrado o que foi visto em um sábado de manhã.



Senhor sentado perto da livraria, hoje tinham muitos senhores pelas ruas, nos cafés, butecos, praças e bancos...


Grupo de dança/música/teatro que começou a se apresentar na pracinha que as crianças ao fundo jogavam bola.


Monumento nesta mesma praça.

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