31 de julho de 2012

Gabriela Cravo e Canela



Desafio Literário. Abandonei nos dois últimos meses, os temas eram difíceis, e minha vida toda estava difícil. Mas chegou Julho, e uma suposta férias, e um tema fácil, vencedor do premio Jabuti. Eu ia ler Leite derramado do Chico Buarque, massss, eu também ia viajar para a Bahia, e gosto de em viagens ler livros que se passam naquele lugar ou escrito por alguém de lá, aí descubro que Jorge Amado venceu com Gabriela Cravo e Canela o primeiro prêmio Jabuti na categoria romance. Pasmem, eu não sabia que estava senso refilmado pela globo, quando digo que minha vida estava difícil, é sério mesmo! 

Bom, finda a história da escolha do livro, vamos ao livro. Ilhéus na alta do Cacau, cidade crescendo, se modernizando, antes o traçado, os prédios, e depois os costumes e modos de vida. Então foca-se em dois personagens, Nacib, dono de bar que perde a cozinheira próximo a um jantar importante, e Gabriela e caminha uma longa distância fugindo da seca em busca de oportunidade em Ilhéus. Pois bem, conhecem-se, e passam a se relacionar, primeiro carnalmente, depois com os sentimentos. E em torno disto se passam questões políticas da cidade, e a questão da mulher, sua natureza, suas vontades, direitos, o peso do casamento e tantas outras são discutidas ao longo do livro. Gostei bastante. Como estudante de arquitetura as questões sobre o crescimento da cidade, e sua modernização me chamaram muito a atenção, e me fizeram refletir bastante. Como mulher, achei interessante os dramas vividos por Gabriela e por Malvina, sobre a condição de ser mulher. Uma se sente e é livre em tantos sentidos, sobre seu próprio corpo e desejo, mas ao mesmo tempo se prende aos homens. Já a outra anseia a liberdade frente a vida cativa que sua mãe leva, quer outro modelo de vida. Fugas e escândalos são as consequências destes anseios.

Um trecho do livro:

"Porque toda aquela fanfarronada de Nacib, suas histórias terríveis da Síria, a mulher picadinha à faca, o amante capado à navalha, era tudo da boca para fora. Como poderia ele achar que mulher moça e bonita pudesse merecer a morte por ter enganado homem velho e bruto, incapaz certamente de um carinho, de uma palavra terna? Essa terra de Ihéus, sua terra, estava longe, realmente de ser civilizada. Falava-se muito em progresso, o dinheiro corria solto, o cacau rasgava estradas, erguia povoados, mudava o aspecto da cidade, mas conservavam-se os costumes antigos. aquele horror. Nacib não tinha coragem de dizer tais coisas em voz alta, só mesmo Mundinho Falcão se podia dar a esse atrevimento, mas nessa hora melancólicas de sombras caindo, ele ia pensando, e uma tristeza o invadia, sentia-se cansado. "  



A música, que enfim eu entendi...

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