16 de novembro de 2010

Sobre os extremos

Bom, eu já aviso de ante-mão que você pode achar o conteúdo deste post uma heresia, talvez eu também ache daqui um tempo, ou não... Mas enfim, é parte do meu processo de crescimento e aprendizagem...

Já faz um bom tempo que tenho pensado sobre extremos, acho desde que eu tinha uns 13 anos, quando eu assisti a mudança de uma pessoa extremamente rebelde, para alguém extremamente beata... Meu pai pegou e me falou "Yasmin, isso de extremos não dá certo não, a pessoa sempre acaba caindo em outro extremo". Não deu outra, foi o que aconteceu...

Pois bem, venho aqui com a minha tese sobre extremos, eu acredito que atitudes extremistas costumam ser dois lados da mesma moeda. Vou antes dar um exemplo, alguém super apaixonado por roupas da moda, roupas de marca e sua imagem. Esta pessoa está super centrada nisto. Então temos outro extremo, a pessoa que critica as marcas, as roupas da moda, e faz uma questão muito grande de não ter nenhum contato com o primeiro tipo de pessoa, com marcas e etc... Esta pessoa também está super centrada nisto. Não consigo enxergar nesta última algum equilíbrio, existe também uma super elevação da marca, do consumo e da preocupação com a sua imagem. Bem, talvez este exemplo não seja muito bom, mas o que eu quero dizer em essência é que pessoas que tem atitudes extremadas em relação a uma mesma questão costumam ter um problema com a questão em si. E é muito provável que um dia você veja esta pessoa no outro extremo.

Outro exemplo que eu enxergo é quanto a dois extremos: ter seus atos centrados totalmente nas opiniões de outras pessoas, ou ter seus atos centrados totalmente em sua própria felicidade. Podem reparar que existe um certo tipo de filme holliwoodiano que começa com um dos extremos levando a pessoa a outro, geralmente é um personagem masculino centrado em si mesmo que no final aprende a valorizar a família, a mulher e etc. Ou uma mulher que dá sua vida pela família, e está sempre preocupada em agradar a todo mundo e no final ela está linda e radiante pois aprendeu a olhar apenas para ela mesma.

E então, eu te lanço uma pergunta, as pessoas realmente virtuosas que você conhece parecem ser extremistas? As que eu conheço, quanto as virtudes que carregam verdadeiramente, elas não parecem extremistas. Um pessoa realmente humilde, não parece ser exagerada na sua humildade, não é uma humildade que nos faça nos sentirmos desconfortáveis, nem é algo sobre o qual vemos alguma obsessão por parte da pessoa, parece ser algo natural, equilibrado...

Por fim, uma frase do C.S. Lewis para tentar fortalecer minha tese

"Essa é a estratégia do diabo para nos pegar. Ele sempre envia ao mundo erros aos pares — pares de opostos. E sempre nos estimula a desperdiçar um tempo precioso na tentativa de adivinhar qual deles é o pior. Sabe por quê? Ele usa o fato de você abominar um deles para levá-lo aos poucos a cair no extremo oposto; Mas não nos deixemos enganar. Temos de manter os olhos fixos em nosso objetivo, que está bem à nossa frente, e passar reto no meio de ambos os erros. Nem um nem outro nos interessam."
C.S. Lewis Cristianimos Puro e Simples

Talvez, se você não aproveitar de nada o que escrevi, esta frase pode ser aproveitada...

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