21 de julho de 2011

Os desarmados


"Em poucas palavras: as cidades se transformaram em depósitos de problemas causados pela globalização. Os cidadãos e aqueles que foram eleitos como seus representantes estão diante de uma tarefa que não podem nem sonhar em resolver: a tarefa de encontrar soluções locais para contradições globais.
Daí o paradoxo destacado por Castells: "Políticas cada vez mais locais num mundo estruturado por processos cada vez mais globais." 15 "Houve uma produção de sentido e de identidade: a minha vizinhança, a minha comunidade, a minha cidade, a minha escola, a minha árvore, o meu rio, a minha praia, a minha igreja, a minha paz, o meu ambiente." "As pessoas, desarmadas diante do vórtice global, fecharam-se em si mesmas." Gostaria de observar que, quanto mais se "fecham em si mesmas", mais ficam "desarmadas diante do vórtice global", e tendem a se tornar também mais fracas na hora de decidir sobre os sentidos e as identidades locais, que são suas exatamente por serem locais, para grande alegria dos operadores globais, que não têm motivo algum para temer os desarmados." 
Confiança e medo na cidade (pg 32)-Zygmunt Bauman

Nenhum comentário:

Postar um comentário